Imperialismo: Conceito
Imperialismo é a política de expansão e o domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras, ou sobre uma ou várias regiões geográficas. O imperialismo contemporâneo pode ser também denominado como neocolonialismo, por possuir muitas semelhanças com o regime vigorado entre os séculos XV e XIX, o colonialismo. Esta prática está registrada na história da humanidade através de muitos exemplos de impérios que se desenvolveram e, em muitos casos, foram aniquilados ou substituídos por outros. No entanto, o conceito, derivado de uma prática assente na teoria econômica, só surgiu no início do século XX.
Ideologia do Imperialismo
O imperialismo é uma forma de ter mercado consumidor, idealizando a política de expansão e domínio territorial e ações justas e benéficas à humanidade em nome do progresso.
A ideologia do imperialismo tinha o objetivo de mostrar a todos os povos e tentar convencê-los de que tais objetivos eram o mesmo que o de todas as pessoas. Eles viam a expansão imperialista como se fosse um benefício.
Dentro dessa perspectiva, os ideólogos do imperialismo acreditavam que o modelo de civilização europeu era o que oferecia as melhores condições de vida ao homem. Com isso, a presença europeia na África e na Ásia deixava de ser vista como um injusto processo de invasão.
Portanto, na prática, o imperialismo acabou legitimando uma série de atrocidades e injustiças contra as populações dos territórios dominados. Assim, observamos que a missão civilizatória acabou ressaltando a diferença entre os povos, o contrário do que se esperava.
Imperialismo na Ásia
Durante muito tempo, a China foi comercialmente assediada pelos países europeus. As inúmeras tentativas ocidentais, de estabelecer um comércio fixo com o Reino Celestial, indicavam o desejo por mercadorias chinesas, tais como: seda, porcelana e chá. Contudo, o império manchu nunca viu com bons olhos uma possível relação comercial com a Europa e sua posição sempre foi de quase total fechamento ao mercado externo. Esta atitude era evidenciada pelas poucas transações comerciais existentes, que eram autorizadas em alguns poucos portos ao sul, principalmente em Cantão. Este foi o panorama que vigorou até o início do século XIX, período marcado pela expansão da industrialização européia e pelo surgimento das grandes potências imperialistas.
Infiltrando-se na Índia, através da Companhia Britânica das Índias Orientais, a Inglaterra descobriu uma maneira de acabar com o protecionismo da China. Adjacente ao território chinês, sendo a maior produtora de ópio do período, a Índia virou fornecedora do produto que arruinou o isolamento comercial do império manchu. Este entorpecente logo se transformou em uma praga entre chineses e seu contrabando foi considerado muito lucrativo para Inglaterra, principalmente, à medida que tal produto virou moeda de troca para obtenção de mercadorias chinesas. Porém, a Inglaterra investindo no comércio do ópio no território manchu, conseguiu apenas uma parte de seus objetivos, pois suas pretensões eram maiores e não se resumia apenas no comércio dos apreciados produtos chineses.
Com o tempo, o ópio começou a provocar vários malefícios na população da China, alavancando uma atitude do governo manchu a este produto, que tanto prejudicava seu povo. Em 1839, o imperador chinês mandou executar uma política sistemática de confisco ao ópio contrabandeado no porto de Cantão, assim como, a prisão e expulsão de seus principais mercadores. Através desta reação, a China havia oferecido a Inglaterra tudo o que ela mais precisava para subjugar o território chinês ao seu mando, ou seja, um pretexto para a pequena ilha declarar guerra ao território continental da China. Deste episódio resultou a famosa I Guerra do Ópio. Exibindo uma invencível superioridade bélica, a Inglaterra rapidamente aniquilou o poderio chinês, forçando o imperador manchu à rendição. Conseqüentemente, o governo imperial da China foi constrangido a assinar o Tratado de Nanquim, que colocou fim definitivo no embate, em 1842. Este humilhante tratado obrigou a China a abrir cinco portos, em caráter permanente, sendo estes: Xangai, Ningpó, Fu-tcheu, Amói e Cantão; regular as tarifas de comércio; e, ceder a cidade de Hong Kong aos comerciantes ingleses, pelo tempo de 100 anos. Para a Inglaterra, este tratado assumiu o primeiro passo para suas grandes pretensões de transformar a população chinesa em um grande mercado consumidor, no qual milhares produtos industrializados seriam comercializados. No entanto, o mercado existente na China era para o ópio e não para os outros produtos britânicos. Para a China, o Tratado de Nanquim representou a abertura de precedentes para outras nações de caráter imperialista e perda de parte de sua soberania.
Índia
A partir da metade do século XIX, com os efeitos da chamada Segunda Revolução Industrial, o neocolonialismo e o imperialismo escrevem uma nova história na África e na Ásia. E a Inglaterra confirma sua hegemonia no capitalismo monopolista, discursando sobre as “vantagens” do liberalismo. A Guerra dos Sipaios na Índia, as Guerras do Ópio na China e a Guerra dos Bôeres na África do Sul são inquestionáveis demonstrações da força dos canhões britânicos, em nome do liberalismo econômico.
A Índia, a partir do século XIX, tornou-se um dos mais marcantes exemplos do poder devastador do Império Britânico. Antes, em sua história milenar, existiam aproximadamente setenta mil aldeias de economia autossuficiente. Sua riqueza cultural marcada por dezenas de línguas, centenas de dialetos, múltiplas etnias e religiões.
A beleza e a qualidade de suas mercadorias, especialmente os tecidos, eram apreciadas em todo o mundo. Por exemplo, encantaram Alexandre Magno e os macedônicos que lá chegaram com seu império. E os romanos com seu império. E os muçulmanos, com seu Islão. E os portugueses, com seu império marítimo-comercial.
Porém, foi a “missão civilizadora” do Império Britânico que mudou para sempre a História da Índia. Vejamos o que diz um estudioso do assunto.
“Explorando a Índia, a Grã-Bretanha, hábil em preparar os lucros, sabia ao mesmo tempo evitar as perdas. Desde o dia em que começou a ter na Índia um vasto mercado para suas manufaturas, a Inglaterra esforçou-se por arruinar as indústrias regionais. A Índia havia sido, até meados do século XIX, um país exportador de artigos fabricados. Nas cidades e nas grandes vilas exerciam-se, antigamente, profissões cujos produtos eram conhecidos em todo o mundo. Durante mais de um século e meio foi, sobretudo pelo tráfico dos tecidos finos e dos bordados da Índia e por sua venda nos mercados da Europa, que se enriqueceu a Companhia – antes do desenvolvimento da economia industrial na Grã-Bretanha. Porém, o desenvolvimento da indústria dos tecidos de algodão de Manchester tornava-os rivais dos da Índia. Para lhes assegurar um mercado (...), golpearam a indústria da Índia. De 1814 a 1835, o número de peças de fazendas importadas da Índia pela Grã-Bretanha caiu de 1.266.000 para 306.000. Em contraposição, o baixo preço das fazendas bitânicas fez com que elas fossem aceitas no mercado da Índia, onde pouco a pouco substituíram os tecidos locais: de 1814 a 1835, sua importação de 818.000 jardas subiu para 51.777.000. As indústrias indianas estagnaram; a vida industrial declina cada vez mais em lugares outrora florescentes. A Índia tornou-se um país quase que exclusivamente agrícola, produzindo matérias-primas e recebendo os artigos manufaturados do estrangeiro".
(GEORGE, Pierre. Geografia Econômica. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1970)
Vejamos o que diz outro estudioso: “O domínio britânico sobre o equilíbrio de poder europeu foi suplementado e complementado pela consolidação do império territorial da Grã-Bretanha na Índia, depois do chamado Grande Motim de 1857 [Guerra dos Sipaios, palavra de origem híndi (shipahi) que significa soldado]. O controle sobre a Índia significava comandar recursos financeiros e materiais – inclusive recursos humanos militares – que nenhuma nação ou conjunto provável de nações poderia igualar e nenhum grupo dominante, de momento, poderia desafiar em termos militares.[...] Ao mesmo tempo, o regime britânico unilateral de livre comércio [liberalismo econômico] ligou o mundo inteiro à Grã-Bretanha. Esta se tornou o “mercado” mais conveniente e eficiente para obter meios de pagamentos e de produção e para colocar produtos primários. [...]Além disso, como em todos os ciclos sistêmicos de acumulação anteriores, a intensificação das pressões competitivas acarretada pela fase de expansão material associou-se, desde o início, a uma grande guinada do comércio e da produção para as finanças, por parte da classe capitalista britânica. A segunda metade do século XIX caracterizou-se não apenas por grandes levas de exportação de capital da Grã-Bretanha, como já foi assinalado, mas também pela expansão das redes bancárias provinciais britânicas, aliada à crescente integração delas nas redes de City, o centro financeiro londrino”(ARRIGHI, Giovanni. O Longo Século XX: Dinheiro, Poder e as Origens do Nosso Tempo. São Paulo. Contraponto/UNESP, 1996).
O imperialismo na África foi período de domínio dos países europeus sobre os povos nativos, explorando o povo africano, sua mão de obra e os recursos naturais. Em fins do século dezenove as principais potências coloniais se juntaram para traçar no mapa como seria dividida este continente em territórios, onde a maioria já dominavam países como Inglaterra, França, Alemanha, Portugal, Espanha e Bélgica. Assim, foi criado na Conferência de Berlim o novo mapa de países com linhas retas, não levando em conta a presença cultural e geográfica dos povos dentro das fronteiras de cada um, o que resultou em divisões e conflitos até hoje, uma vez que as comunidades africanas não deixaram de enfrentar os europeus, mesmo que a derrota era quase inevitável, mas o processo de dominação imperialista na África não foi tão fácil quanto se pode parecer.
Em fins do século XIX, a África achava-se repartida entre as diversas potências europeias. A segregação social e racial dos africanos e colonos, a exploração dos recursos e a sua monopolização a favor dos interesses das distantes metrópoles europeias e o colonialismo foram terminando após o fim da 2ª Guerra Mundial, mas deixaram os recentes países independentes politicamente desorientados, socialmente alvoroçados, e economicamente endividados até aos dias de hoje. Contudo, apenas dois estados permaneceram independentes: a Libéria (fundada em 1822, por negros norte-americanos emancipados) e a Abissínia (Etiópia).
O Imperialismo informal Norte-Americano na América Latina
Desde que proclamou sua independência em 1776, Os EUA procuraram impor sua política e economia às demais nações do continente americano, esse domínio não se restringiu apenas à América, mas a outros continentes como a Ásia e a África, e com o mesmo objetivo imperialista: os EUA querem novos mercados.
Em 1823, os EUA estabeleceram uma política denominada Doutrina Monroe, que pregava a independência dos países da América em possíveis intervenções européias. O verdadeiro objetivo da doutrina Monroe era o domínio sobre os demais países americanos. O lema dessa doutrina era: A América para os americanos. Na era do Presidente Theodore Roosevelt foi mais longe com seu famoso big stick (grande porrete). O Corolário Roosevelt de Theodore Roosevelt estabeleceu a idéia do “Big Stick”, devido à frase Speak softly and carry a big stick (Fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete). Este corolário também defendia o direito de intervenção dos EUA em alguns países da América para preservar a democracia e restabelecer a ordem no continente. Na verdade, estas intervenções serviam para preservar os investimentos do capital americano e garantir o recebimento dos dólares emprestado por banqueiros de Wall Street a países latino-americanos. O Corolário Roosevelt também serviu como mecanismo de reação à Doutrina Drago, apoiada pelos latino-americanos, a qual implicava na supressão do uso da força para exigir o pagamento de dívidas entre nações.
Enfim o objetivo do "Big Stick” era evitar que os países da América Latina questionassem as decisões do governo norte americano. A política americana prosseguiu com seu objetivo de dominar cada vez mais as nações do mundo, e explorar os países fornecedores de matéria prima, como os diamantes da África, o petróleo do Oriente Médio, e a exploração de mão de obra barata em países da América Latina e a Ásia, África para trabalhar para as multinacionais americanas.
A base do imperialismo norte-americano era indireta, no entanto há casos de intervenções diretas na América Latina:
Cuba- Era a última colônia espanhola, muito lucrativa por causa do açúcar e do tabaco. Os EUA, embasados na sua ideologia “América para os americanos”, além disso, reagindo a suposto afundamento de um navio americano, entram em guerra com a Espanha, apoiando a independência de Cuba, foi chamada de “Guerra Hispano-Americana”. Os EUA ganham a guerra, e pedem a Cuba, como recompensa, a assinatura da Emenda Platt, que dava aos americanos série de vantagens, como baixas taxas alfandegárias, não serem submetidos às leis do país e a base militar de Guatamo. Essa Emenda vale até 1950.
Panamá- Era parte da Colômbia. Os EUA tenta negociar com a Colômbia a construção de um Canal ligando o Mar do Caribe ao Oceano Pacífico, facilitando o comércio para si. No entanto a Colômbia nega. Americanos passam a incentivar e ajudar cidadão da região onde seria construído o canal a fazerem independência. Com a ajuda militar dos EUA, é criado o Panamá que como recompensa dá aos americanos o direito de construir o Canal do Panamá.
Armas do imperialismo norte-americano:
- Possuíam muito capital a ser investido
- Política do Big Stick, que afirmava que quando as ações diplomáticas falhavam, usava-se a violência.
- Doutrina Monroe, afirmava que “A América era para os americanos”.
- Doutrina do Destino Manifesto, que dizia que era dever dos norte-americanos guiar os demais países da América à liberdade
Imagem ao lado: A política do Império Norte-Americano
para as Américas era a de controlar a economia do Continente.
A Reação dos Dominados
O mundo dos colonizados, jamais aceitou a dominação colonial, basta voltarmos a colonização da América e veremos que os indígenas daqui, sempre lutaram para obter seus territórios.
Sendo assim, durante o imperialismo europeu, é possível notar as rebeliões anticoloniais para conseguir se restabelecer como identidade tribal e (ou) nacional, pela extorsão feita pelo imperialismo.
- Guerra dos Bôeres: Na África do sul, durante o séc. XIX e XX. Essa região era dominada pela Inglaterra e o interior era dos bôeres, com a descoberta do ouro, os ingleses obtiveram o interesse para incorporar esta área ao seu território.
- Guerra do ÓPIO: Os ingleses tinham interesse na Índia por causa do comércio do Ópio para fins medicinais.
Posteriormente, os ingleses adquiriram o território indiano e começaram a comercializar em grande escala na Inglaterra e na própria China, mas o Governo Chinês se revoltou e ordenou às autoridades, para proibirem qualquer uso ou comercialização do ópio em seu país, sendo assim, em 1839 as autoridades jogam no mar a mercadoria, começando então, a guerra do ópio, com a derrota da china, e com isso sendo obrigada a assinar o tratado de Nanquim, pedindo a liberação do comércio do ópio.
Portanto, é fácil ver que havia nesses países colonizados, uma grande revolta pela exploração. Para uma melhor compreensão, vou mostrar à vocês uma fonte documental, muito interessante, que diz respeito à revolta social por causa do imperialismo.
“Voltando para casa, nós vimos um nativo cozinhando seu jantar sobre um pequeno fogo de carvão e, quando eu passei, ele jogou fora o conteúdo da panela. Surpreendida, eu perguntei por quê? Porque, ele me disse, sua sombra caiu sobre ela, e a poluiu”
Portanto, é possível ver que essa imposição dos países imperialistas, não só causaram uma mistura étnica no continente africano, mas também uma problematização no qual até 1990 na África do Sul existiam grupos racistas como o apartheid,que praticava uma discriminação total contra os negros, expondo sua ideologia racista.
GRUPO:LUANA BEATRIZ,GABRIELE,MILENA OLIVEIRA,LUANA,LAYNE